segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Hands


Eu queria estar segurando as suas mãos agora e apertando tão forte que você não fugiria nem por toda cerveja do mundo. Queria que um conhecido estivesse passando só pra eu desgrudar nosso emaranhado de dedos repentinamente e depois quando ele não estivesse mais a vista, enroscar cada dedo meu nos espacinhos dos seus.
E que o silêncio não tome conta da gente, porque eu sempre vou falar do céu e das estrelas. Vou falar pela milésima vez do quanto eu gosto do céu e vou te perguntar se você acredita em anjos. Vai parecer uma cantada. E não deixa de ser. Vou te contar sobre a minha fascinação por anjos e do quanto eu sonho em ter uma história de amor com um. Coisa de leitora.
Você deve achar um tédio, assim como eu acho sobre suas conversas e histórias com as suas meninas.
Acho que eu disfarço bem. O que ferra comigo é essa tristeza e saudade de você.
Tristeza e saudade quando se juntam, sufocam.
Não quero me sufocar, quero despejar tudo o que eu sinto em cima de você, pra ver se você absorve um pouco. Só um pouquinho.
E ah... Eu espero que não chegue naquele ponto em que eu não solte sua mão nem pra fazer Nescau.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

I like your smell of cigarette and fragrance. But fuck you.



Eu gosto do seu cheiro de cigarro e perfume. Mas vai se ferrar. O que não precisa de muito esforço se você continuar assim. O cigarro vai te ferrar, ou a bebida vai te ferrar primeiro. Prefiro que você não se ferre.
Vira gente, porra. Te muda.
Queria passar a noite toda com você no quarto, inalando cada trago seu. Só olhando pra sua cara de anti-pática e me perguntando o que eu vi em você. Roubando uns sorrisos seus também. E ah, segurando sua mão pra não perder o costume. E você faz biquinho quando fuma. Vou ficar te encarando e dando uns sorrisos idiotas de que não entendeu a piada e mesmo assim achou graça.
As vezes você é reciproca com isso.
Vou te perguntar sobre a sua família porque o assunto foge da gente. Ou a gente foge do assunto.
Você vai responder e eu vou me interessar mais no assunto, quando estiver ficando bom o seu celular vai tocar. É nessa hora em que eu tenho vontade de tacar os meus vinte e cinco vidros de perfume na sua cara. Pra ver se o cigarro sai de você e se você sai de mim. Você vai atender junto com um sorriso que eu não gosto. É, deve ser ela. Ou alguma notícia dela.
Você se desliga. Mas não me desliga. Eu presto atenção na sua conversa, mas acho um saco. Vou tomar uns dois copos de Nescau pra ver se você se manca.
Pra ver se eu me manco.
A ligação cai, porque eu sei que você não vai desligar só pra gente voltar a conversar. Eu volto pro quarto com gosto de chocolate amargo na boca e com a minha carranca de velha chata.
Eu tô puta. É, eu tô.
Você acha que é charminho ou encenação, coisa boba.
Mas não é. E eu não sei fazer o papel de ciumenta neurótica.
Vai pedir beijo e eu vou negar. Vai pedir de novo e eu não vou negar.
A gente vai se beijar e milhões de coisas vão se passar na minha mente. Mas eu só consigo prestar atenção no gosto de cigarro que a sua boca tem. Caralho, é bom.
Eu vou e não vou querer saber no que você tá pensando.
Seu celular toca de novo. É ela, dessa vez só pode ser ela.
Você para o beijo e leva minha expectativa junto.
Você tá rindo do jeito que eu não gosto e começa a calçar o tênis. Vai até o portão e me leva junto.
Nesse meio tempo, já tem mais duas das suas amigas lá. Elas falam alto e são engraçadas.
Eu quero rir, mas eu não tô feliz.
Você começa a contar o assunto do celular pra elas. Todas estão rindo e eu me sinto perdida.
Quero bater o portão na cara das três e pedir que não voltem nunca mais, quero fazer um drama bem na sua frente com lágrimas nos olhos e pedir sua camisa só pra ficar me drogando com o seu cheiro.
Mas, só faço mais uma carranca que você acha que é charminho. Você me ilude mais um pouco e diz que vai casar comigo. Eu acredito com pouca vontade de acreditar, mas acredito, porque coração de gente apaixonada é burro.
Você me dá um beijinho rápido e vai embora.
Não olha pra trás pra ver se eu fiquei te espionando e nem eu fico esperando você ir embora. Você sai e eu entro.
A gente não tem aquela peça que encaixa direitinho.
Eu tomo mais um copo de Nescau e dou aqueles suspiros que eu só dou quando ninguém tá por perto.
Vou pra internet procurar um texto que sirva como um soco na minha cara em relação a você e acabo achando aquela música.
Escuto e choro. Choro até meu rosto inchar. Depois eu lavo o rosto e vou me lamentar mais um pouquinho.
Entro no quarto e sinto seu cheiro. Porra, vou chorar de novo. Choro.
Deito na cama e resolvo dormir enquanto não faço nenhum esforço pra te tirar da minha cabeça.
E ah... Fuma mais perto de mim quando a gente se encontrar de novo.